Lu et approuvé.
M. Horta

Depoimentos, casos, tentativas de escrita...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Amanheceu...

Amanheceu um dia tranquilo.
Eu tinha que fazer sacolão, ir no banco e andar rápido porque daqui a pouco tenho aula.
Não dei conta. Acordei tarde e fiquei por aqui. Lendo e-mails e acabei vindo escrever...

Não quero nada com senso hoje. O vidro da janela está um pouco sujo. Será que é por causa da comida que eu faço sempre com as janelas fechadas? Meu pé sente um friozinho.
O que eu quero escrever hoje é que... não é mesmo uma questão de espaço e tempo... tenho que pensar sobre a démocratie pra disciplina de agora de tarde... Mas o que eu queria dizer mesmo... é que eu sonhei muito essa noite... sonhei com crianças caindo do céu... sorridentes, loiras, bebês, um pouco mais velhas... elas vieram com uma enchorrada de uma espécie chuva... minha tia acolheu uma delas no colo... e depois vieram outras... os pais delas morreram, eu acho... mas ganhamos esse presente... eu tinha três no meu colo... mas não era isso que eu queria contar... porque eu acordei no meio da noite e pensei que esse sonho era legal... e que ele começou como um pesadelo e se transformou num sonho... não tenho pesadelos aqui...
Mas também não era isso... talvez eu devesse dizer que não tenho ninguém aqui dentro desse quarto para contar o meu sonho. "Se eu não puder contar meu pesadelos pessoais pra você, pra quem é que eu vou contar?" (Esperando Godot, Becktt) Mas não foram pesadelos e eu escrevo para contar...
Mas o que eu queria dizer mesmo é que depois de ontem, ou melhor, depois de agora, escrevendo... me deu uma saudade... talvez seja isso... deve ser isso que se chama saudade... esse apertinho no peito, essa lágrima que não cai, essa imobilidade na cadeira, essa procura por palavras... talvez fosse isso que eu queria dizer... quando falava de sonhos... mas são também nesses momentos de sonhos que eu aproximo e mato a saudade daqueles que estão longe... ou até daqueles que estão mais longe ainda e que eu não pude me despedir... é no sonho que a minha terra pulsa... pena que eu não posso dormir agora... vou tomar banho, fazer almoço e ir pra aula... tenho um cotidiano a cumprir...
Mas acho que ainda devo dizer mais uma coisa para evitar, quer dizer, duas coisas... Mãe, eu tô bem! E Laurinha, minha flor, parabéns!!! (Sorrio com lágrimas...)

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