Frio.
Saí de Belo Horizonte às 14:00 do dia 31 de janeiro de 2011 com destino à Paris.
Agora são 22:24h, do dia 01 de fevereiro de 2011, aqui e estou com muito frio (até agora a pouco estava uma temperatura de 0º, acho que agora está mais baixo que isso).
continuando...
Fomos* para o Rio de Janeiro, depois descemos em Madrid e depois chegamos em Paris, às 14h.
Vôos tranquilos, comida não muito farta e nem muito luxo, mas tudo bem... isso não é o mais importante...
Chegamos em Paris tranquilos e um pouco famintos.
Na chegada, um amigo do Pedro estava nos esperando. Vimos que ele estava lá e fomos esperar as bagagens... As bagagens chegaram e estava tudo bem, mas como estava frio fomos arrumar, fui mudar umas coisas de lugar para facilitar para carregar, enfim... Quando estávamos saindo fomos interrompidos por dois guardas franceses que não estavam com roupa de guarda, nem nada e fizeram perguntas para mim e para o Pedro.
O que você faz aqui? De onde vem? Profissão? Estuda o que? E várias perguntas em Francês...
Primeiro contato com a língua e um elogio... Pelo menos ele logo deixou a gente passar e ainda disse que eu falava bem francês. Ponto pra mim.
Saímos do aeroporto, o Orly, e fomos para o metrô. Maldita mala ruim, com rodinhas péssimas que eu inventei de levar... Com certeza ainda vou falar mais dela... (Coloquei um chorinho para ouvir). Enfim, fomos andando e paramos para comer alguma coisa em um café no aeroporto. 5,90 euros um sanduíche que dividi com o Pedro. Pedimos comida em Francês, eu tratei a mulher do balcão por "tu" e fui logo repremido, pois deveria tratá-la por "vous".
Comemos e seguimos. Um trezinho nos levou a estação Antony. De lá pegamos o metrô até a estação que fez com que a ficha de estar na França comessasse a cair (escrever isso ajuda também). Foram primeiros momentos de sonho. Me senti personagem de filme por muitos momentos e senti que as pessoas na rua também eram personagens filmes. Tipos franceses clássicos, muita roupa de frio e enfim com malas e afins chegamos à Châtelet - Lei Hailles.
Um quase pânico.
Muita gente.
Esteiras para todo lado. Todo mundo correndo pela esteira. Eu. Minhas malas. Julien nos ajudando com as malas e com o caminho. Nunca foi tão protagonista de um filme quanto hoje. As câmeras pegavam em vários ângulos, focavam em pessoas, momentos, tinha a trilha composta por músicos que tocavam dentro do metrô. Caos. Brilho. Eu.
Um mundo gigante em uma estação. Pausa. Respira o ar gelado e segue.
Dentro desse mundo-estação uma muçulmana ajoelhada com véu parecendo que rezava e as mãos estendidas pedindo algo (espero que ela estivesse pedindo Paz). As fichas caem um pouco. Não, aquele lugar não pode ser o Brasil. Nem passa perto. Andamos por uma espécie de becos dentro do próprio metrô. Escada rolante estragada. Carrega a mala. A vermelha. A tal.
Achamos enfim a linha 11. Que nos levaria para o destino de chegada o apartamento do Zéfere**.
Depois dessa verdadeira aventura pelo metrô de Paris, chegamos enfim na estação e chegamos no apto.
Com Julien fomos falando uma mistura de francês e português (já que ele acabou de passar 1 ano e meio no Brasil). O áudio do metrô foi exatamente a mesma coisa dos áudios dos livros didáticos, rs. Tudo entendido, ponto pra gente.
Perto da Rue de Beleville estamos, nessa rua nasceu Edith Piaf. Jantamos, voltamos pra casa, eu tomei banho e agora cá estou. Com fome (já passou um tempo que jantamos). E vou sair para comer daqui a pouco.
Mas antes de terminar: as descobertas. Bilhetes, recados, DVD's espalhados pela mala. As lágrimas não deixaram de escorrer ao ler os bilhetes e assistir os depoimentos gravados em minha homenagem. Saudade. Alegria. O coração saltando pra fora. Ah, literalmente... os primeiros momentos em Paris, ainda no aeroporto, foram de uma espécie de ataque cardíaco. Fiquei até meio tenso. Mas estava tudo bem. Se o coração reconheceu esse lugar como especial já no primeiro momento eu só saberei daqui um tempo, mas que ele bateu forte e muito forte assim que chegou nessas terras, é verdade...
Tentarei relatar casos, experiências, momentos, saudades, lembranças, e afins... às vezes mais para mim do que para os caros leitores que podem se aventurar nessa leitura. Mas, aos que entrarem no barco que sejam bem-vindos aos meus olhos sobre Paris. Olhos saltantes, brilhantes e encantados com a oportunidade de estar aqui...
Obrigado a todos que me ajudaram a estar aqui hoje. Todos. Principalmente os que acompanham os passos desde os 22 anos, 9 meses e 4 dias... momento em que vim ao mundo para alguma coisa que ainda vou descobrir o que é... as indicações vão aparecendo aos poucos...
que seja doce... que seja puro... que seja em paz...
A fome me chama. Agora são 23:26h.***
*Verbo no plural pois estávamos eu e o Pedro (estudante de Ciências Sociais da UFMG).
** Brasileiro, poeta e pessoa do bem que foi muito legal e importante pra gente.
*** Os erros de português podem ocorrer e não vou me esforçar tanto para ver se está tudo certo. Nesse relato o conteúdo terá preferência sobre a excelência linguística. Infelizmente, ainda não sou capaz de juntar as duas coisas... ainda...
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