Lu et approuvé.
M. Horta

Depoimentos, casos, tentativas de escrita...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Pause e sonho...

Enfim, dois dias de turismo.

Torre Eiffeil. Montmartre. Sacre-Couer. Café Deux Moulins (da Amelie Poulain). Moulin Rouge. Louvre. Arco do Triunfo. Champs-Élysées.

Agora sim...

Em princípio tudo parece meio irreal e real demais ao mesmo tempo. As coisas antes vistas por fotos estão lá materializadas na sua frente. Quase um sonho. Ontem sonhei. Sonhei pela primeira vez em francês, eu falava em francês, resolvia problemas com documentos em francês e etc. Acordo! A sede de todas as noites me faz levantar, beber água e volto para cama. Percebo então o fato: sonhei em francês. E custo conseguir dormir novamente. Rs.

Um sonho. Sonhos. Sonho de viagem. De conhecimento. De busca. De conquista. Sonho de ver, de ouvir, de brincar, de tirar fotos, de ser mais...

E o que pensar disso tudo? E o que pensar das centenas de pessoas que estavam hoje no Louvre? Das outras centenas na Torre Eiffeil? E das outras centenas caminhando por Champs-Élysées? Eu e um mundo... grande... vasto...

Uma torre se destaca no horizonte azul de Paris. Hoje, domingo, um sol

ainda não visto e nem sentido. Longe do sol da minha terra, mas sol... Olhos fechados, reflexo na água, cores ressaltadas, vivas... Paris sorriu... Tentei capturar seu sorriso largado, tranqüilo, de bom humor mesmo. Longe daquela cara meio nublada e enigmática que lembra La Joconde.

La Joconde é pequena. Também pudera com a sala de visita lotada, pessoas se apertando para levar para casa um pedaço de algo “ilevável”. Uma foto com você e Monalisa no fundo significa o que? Que você foi lá. Legal. Eu também tirei a minha, mas e daí? E a Venus de Milo? Obras, tempos, história, mundos se cruzando. Um museu com pessoas de todos os lugares do mundo ao mesmo tempo. Talvez isso tenha me chamado mais a atenção do que tudo. Qual o valor disso tudo? Conhecer a história? Valorizar o passado? O presente? O homem? O respeito? O quadro? A pintura? A cidade? Qual o valor da torre?

Não sei. Levanto as questões humildemente e sem respostas. Mas não coloco as fotos e não descrevo tudo para ser visto e colocado num lugar melhor porque estive em Paris. Porque não importa se as fotos estarão no Orkut ou no facebook (como uma brasileira comentou com uma outra que não teria fotos para colocar no Orkut e brigou sei lá porque...). Importa a experiência que se vive estando em Paris e a vontade de compartilhar essa experiência... Importa pensar o mundo, a arte, a minha profissão, a minha vida... em função de um mundo passado, de homens que foram e que estão marcados eternamente em esculturas, quadros e etc. Importa se colocar no lugar de homem. Que homem? Importa se colocar no centro da Torre Eiffeil e perceber o seu tamanho. E perceber, ainda mais, que foram também homens mais ou menos do seu tamanho que construíram aquela obra gigantesca. Sim, importa... Porque os tempos de ver as coisas e as cidades estão aí. Quantas pessoas viram Paris hoje...

E quantas pessoas se viram hoje? Quantas pessoas viram as crianças brincando? Quantas pessoas tiveram tempo para esperar o sol abaixar um pouquinho para ter uma visão mais bonita do horizonte... da torre no horizonte... Eu esperei esse tempo hoje... e foi um tempo de sonho. De ver os rastros dos aviões cruzando o céu sobre o arco do triunfo... E eu sonhei.

Mas o que eu queria dizer, talvez, é que as pessoas hoje não se viram... E que Paris não é uma cidade, e sim pessoas... pessoas que construíram tudo, pessoas que movimentam a cidade e tudo o que tem nela... E que o mundo é de pessoas... e não importa o quanto elas são diferentes, qual a língua que elas falam e etc... somos homens... todos... de uma mesma espécie, de um mesmo mundo... Não sei onde eu quero chegar com isso tudo... cheguem a algum com isso se quiserem ou não cheguem a lugar nenhum, sabendo que ficar sem chegar a lugar nenhum é perder experiências, e conseqüentemente perder vida... mas ficar sem chegar a lugar nenhum não significa que não se pode ficar parado... Nada mais bonito e sincero que a pausa. Pause!







E não desperdice sua única vida correndo de um lugar para outro vendo coisas (ou fazendo coisas)... veja as pessoas, porque são elas, no fim, que importam... vejam as pessoas por trás das coisas... e quem sou eu pra dizer essas coisas... rs... quanta coisa! Que coisa! Coisice... Mas é o que fica... Pause!

Torre Eiffeil. Pause.

Montmartre. Pause.

Sacre-Couer. Pause.

Café Deux Moulins (da Amelie Poulain). Pause.

Moulin Rouge. Pause.

Louvre. Pause.

Arco do Triunfo. Pause.

Mais que um pause para a foto. Um pause para a vida.

Paris, 06 de fevereiro de 2011.

p.s. fotos por enquanto só no facebook.com

p.s. fotos em http://www.flickr.com/photos/59204619@N05/

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